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ESG – A exigência do momento para tornar os mercados mais sustentáveis e trazer melhores resultados para a sociedade

Desde a década de 70 já se pensa em sustentabilidade ambiental e responsabilidade social corporativa, tendo como marco a Conferência de Estolcomo, a primeira grande reunião de chefes de estado organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para tratar das questões relacionadas à proteção e conservação do meio ambiente. Mas foi a partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Rio-92, Eco-92 ou Cúpula da Terra, que efetivamente passou-se a discutir de forma mais objetiva a ligação entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental.

Em 2005, em uma iniciativa do Pacto Global, liderada pela ONU, surgiu o termo ESG, sigla em inglês para Meio Ambiente, Social e Governança, como uma provocação ao mercado financeiro de como integrar esses elementos nas avaliações de investimento para tornar os mercados mais sustentáveis e trazer melhores resultados para a sociedade.

Atualmente vem se utilizando essa sigla para avaliar as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa, práticas essas que se tornaram essenciais para sustentação das empresas no longo prazo.

A sociedade em geral, mas principalmente, movimentos socioambientais, agências reguladoras nacionais e internacionais e o mercado financeiro (ao condicionar decisões de investimento), vem exigindo das corporações e de toda a cadeia em que estão envolvidas atuações responsáveis e a minimização de danos ao meio ambiente, às pessoas do entorno e a adoção de processos de administração claros e transparentes.

Um exemplo é a investidora norte americana Blackrock, um fundo de investidores que reúne mais de 2.7 trilhões de dólares em ativos, que anunciou em final de 2021, em carta aberta, uma série de iniciativas para posicionar a sustentabilidade no coração da estratégia de investimento do grupo, incluindo fazer da sustentabilidade uma parte integrante da construção do portfólio e da gestão de risco e desinvestir daqueles com alto risco de sustentabilidade, entre outras. (https://www.blackrock.com/br/larry-fink-ceo-letter).

Para que as empresas demonstrem conformidade e engajamento nas questões que envolvem ESG, ao longo destas últimas décadas, foram criadas uma série de ferramentas, desde certificações internacionais reconhecidas, como por exemplo as normas ISO, OSHAS, ASTM, entre outras, à adesões voluntárias  ao conjunto de critérios socioambientais referenciados em Padrões de Desempenho sobre Sustentabilidade Socioambiental, como por exemplo o Princípio do Equador adotado pela International Finance Corporation (IFC), iniciativas como Green Economy e Blue Economy do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente – PNUMA, ou mesmo o Acordo de Paris, que é um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.

Para os relatórios que buscam formalizar e divulgar as ações das empresas, vem surgindo diversas metodologias de forma a padronizar a medição e o uso de indicadores que demonstrem práticas socioambientais responsáveis, preocupação com direitos humanos, governança e bem-estar social.

Dentro deste universo, destacam-se GRI (Global Reporting Initiative), SASB (Sustainability Accounting Standards Board), IIRC (International Integrated Reporting Council), CDP (Carbon Disclosure Project) e TCFD (Task Climate Force Disclosures), sendo algumas destas metodologias obrigatórias para o acesso a determinados mercados e a determinados fundos de investimento.

Segundo a 11ª edição da Pesquisa KPMG de Relatórios de Sustentabilidade “The time has come: The KPMG Survey of Sustainability Reporting 2020”, publicada em dezembro de 2020, onde foram revisados 5.200 relatórios de sustentabilidade de empresas em 52 países e jurisdições (entre elas 100 empresas participantes do Brasil), os padrões GRI são utilizados por cerca de três quartos das 250 maiores empresas do mundo (G250), e por dois terços das 100 maiores empresas (N100).

As questões tratadas nestes relatórios incluem questões globais, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis – ODS’s, propostos pela ONU, que buscam assegurar os direitos humanos, acabar com a pobreza, lutar contra a desigualdade e a injustiça, alcançar a igualdade de gênero e o empoderamento de mulheres e meninas, agir contra as mudanças climáticas, bem como enfrentar outros dos maiores desafios de nossos tempos.

Segundo a Fundação GRI, o relato de sustentabilidade auxilia as organizações a estabelecer metas, aferir seu desempenho e gerir mudanças com vistas a tornar suas operações mais sustentáveis. Relatórios de sustentabilidade divulgam informações sobre os impactos de uma organização, sejam positivos ou negativos, sobre o meio ambiente, a sociedade e a economia. Assim, eles dão forma tangível e concreta à questões abstratas, ajudando as organizações a compreenderem e gerirem melhor os efeitos do desenvolvimento da sustentabilidade sobre suas atividades e estratégias.

Por Rodrigo Fialho, Coordenador Técnico de Meio Ambiente da MKR Consultoria e
Marina Bendit, sócia de Riscos e Compliance da MKR Consultoria.

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